Este livro tem gravada nas suas páginas uma pequena homenagem a um cão muito especial. Kurica foi o nome dado ao epagneul-breton, um cão que não era como os outros, mas que era cão como nós.
Para os mais pequenos da família Kurica era um irmão, para o narrador porém, o cão não passava de um cão e por isso sempre insistiu na relação de dono para cão.
Ao longo do livro são-nos descritas as relações do narrador com o epagneul-breton que mesmo depois de este morrer o continua a sentir, como se de facto ele continuasse a fazer parte do seu dia-a-dia, mas como um ser invisível. Saudade ou mera imaginação, o narrador sente a presença do cão em momentos que invocam um passado do qual Kurica fazia parte. Os passeios no jardim, as idas à caça e à praia… Kurica impõe-se em todos os instantes fazendo sentir a sua alma (alma sim, porque não?).
É um livro pequeno que se lê muito rapidamente. Só para dar uma noção eu peguei nele e mais ou menos duas horas depois já o tinha acabado. A narrativa é espontânea, leve e com um cheirinho de poesia que nos atrai para a realidade de um cão que não era cão, mas que o era como nós.